segunda-feira, agosto 10, 2009

A estética do frio na cidade imaginária

Uma pretensiosa dica de leitura:

Frio, chuva e neblina. Uma cidade úmida, casarões antigos e arquitetura com inspirações européias, tudo feito de mistérios, que se revelam no anoitecer e acordam os fantasmas de cada um.
Se, ao ler o livro, notares qualquer semelhança com uma cidade real, não é mera coincidência, continue...
O livro Satolep, de Vitor Ramil, é uma realidade paralela numa cidade recriada. Imagine ver tudo através do reflexo de um espelho, pois é mais ou menos assim que o narrador vive em Satolep. Vendo de uma forma diferente daquilo que podemos chamar de real, desconstrói o concreto e o lógico.
Sem entrar no mérito da escrita, que, aliás, é de agradável degustação e bem estruturada, Satolep é uma obra artística. A arte é um dos componentes da neblina desta cidade. Nos seus diferentes ramos artísticos, as personagens reconstroem Satolep conforme as linhas e formas que veem e sentem.
O narrador vai, ao longo da história, deparando-se com questões e buscando desvendar enigmas que envolvem e tornam, indivíduos e cidade, uma coisa só. Em Satolep, a razão talvez não seja o principal instrumento para encontrar as respostas e as surpresas nos presenteiam até as últimas linhas do livro. Mas não vou estragá-las contando a história. Sugiro que aprecie você mesmo.
Nesse livro, Vitor Ramil torna claro o que chama de estética do frio. A beleza e as cores do inverno, que segundo ele, só é possível entender no extremo sul do Brasil, aqui no Rio Grande do Sul. Essa estética está presente, portanto, em Satolep.
Satolep é um livro verdadeiramente envolvente e curioso. Atrai-nos para dentro da história, nos torna um dos seres residentes dessa cidade. Talvez por isso não escrevi sobre ele tão logo acabei de ler. Precisava me afastar um pouco, para poder comentá-lo.
Algo que considero que tornou a leitura ainda mais saborosa foi o fato de minha amiga Lara e eu, lermos este livro simultaneamente. E diariamente trocarmos nossas impressões a respeito das leituras noturnas. Graças à ajuda da vida virtual, e seus comunicadores instantâneos, já que estávamos a alguns quilômetros de distância.
Ganhamos o livro na mesma ocasião, da mesma pessoa e lemos ao mesmo tempo. Valeu a parceria Lara! Quem sabe, um dia, repetimos a experiência da leitura simultânea. Mas como a Lara diria: se puder, leia Satolep no inverno, a estética do frio fará todo o sentido.
Boa leitura!

3 comentários:

Marcelo A. disse...

Vou tentar conseguir o livro e conferir a leitura. Valeu pela indicação! Mas, vem cá... Satolep não é Pelotas ao contrário?!

Abração, Arion!

Marcelo.
www.marcelo-antunes.blogspot.com

Marcelo A. disse...

É claro que conheço o velho Buk! E engraçado que, quando li isso, lembrei imediatamente dele... Todo nós temos um Henry Chinaski dentro da gente, né, Arion?

Cara, esse post tá péssimo... Foi escrito nas coxas! Vergonhoso... Sugiro que leia o anterior. Ali, eu mandei melhor!

Valeu! E vai com calma, Bukowski!

Abração!

Eduardo disse...

se for como a dica de O Leitor, certamente vale a pena! mais um para a infindável lista de livros que pretendo ler antes de partir dessa para a melhor...eheheh. abraço aeh maluco