segunda-feira, abril 14, 2008

Amor imortal morre de tarde

José Candido de Carvalho

De tarde, ao dobrar uma esquina, aquele encontrão. Mercedes Pires nem reparou nele, que foi sua grande paixão. Aniceto de Castro, o Castrão das Rendas Aduaneiras, também em Mercedes não reparou. Esteve na curva de 1922, a pique de meter uma bala no casco pela beleza em flor de Mercedes. E Mercedes, pelo bem-querer de Castro, quase abriu os pulsos com uma faca de cortar mortadela. Do talho aos jornais era pulo de periquito. E até imaginou o berro das manchetes: "Linda moça de Cordovil morre por um amor impossível." Mas entre o tiro que não houve e a faca que não cortou, a folhinha da parede desfolhou quarenta bem passados anos. E de repente, na dobra de uma esquina, aquele esbarrão. Castro nem reparou em Mercedes. Falou para dentro, para o ouvido de seu suspensório:
_Uma ilha desta tonelagem devia andar no meio da rua, com placa de caminhão nas costas. É páreo para ônibus e não para gente de calça e botina.
Mercedes também não reparou em Castro. Falou sozinha:
_Cada tipo esquisito! Parece, de tão gordo, que está esperando criança. Se tivesse espelho em casa, devia reparar que aquela cara de engomador elétrico não pode usar óculos, nem costeleta. É cara para tomada de parede.
E assim um passou pelo outro. Perdidos na distância de quarenta anos.
Gostei deste texto desde a primeira vez que o li, foi na 7ª série, eu acho. Gosto da ironia dele, um amor imortal, intenso, verdadeiro resiste a alguns anos, quilos e rugas a mais?

quinta-feira, abril 10, 2008

segunda-feira, abril 07, 2008

07 de Abril – Dia do Jornalista



Alguns dos meus melhores amigos são jornalistas, algumas das pessoas que mais admiro são jornalistas, alguns dos meus escritores favoritos são ou foram jornalistas... Eu mesmo, quase escorreguei para o jornalismo.
É, esses jornalistas fazem parte da minha vida.

Parabéns a todos aqueles que entendem a responsabilidade do seu trabalho, que dedicam-se em fazer do jornalismo algo realmente social e cidadão, que não se corrompem, que não se deixam levar pelo “estrelismo”. Esses são os verdadeiros jornalistas, a esses eu deposito a minha admiração e o meu respeito.

Parabéns!!!